Se quisermos evitar novas tragédias ascendendo ao poder, é indispensável parar de demonizar a política e enxerga-la como algo “desinteressante”

Por Luis Cesar Pereira.

Contato: lcesar586@gmail.com

Chegamos a março. Terceiro mês do ano. Há um ditado popular “o ano só começa mesmo depois do carnaval”. Pois bem, aproveito o timing pra reativar esse blog e escrever sempre que der vontade. E falar de politica me motiva. E muito.

Não é, no entanto, um gosto nem bem nem muito difundido. Pelo menos, ainda não é o ideal: No Brasil, os anos de lava-jato(que hoje sabemos terem sido super valorizados pela nossa imprensa hegemônica comercial quase como um todo) contribuíram para a formação, no imaginário popular, que político algum presta, que são todos bandidos(ai, nomes são citados, a esquerda ou direita). Claro que , antes disso, personagens de esquetes como A praça é nossa e o CQC também deram sua contribuição. Com ironias e sátiras(Algumas bem vindas, aliás).

aO Deputado corrupto João Plenário, vivido pelo ator Saulo Laranjeira

Além do humor com que enxergamos a figura, o próprio político se distanciou do povo no dia a dia. Claro, hoje com o advento das redes sociais, é possível acompanhar a atividade política(embora limitada ao que o, a determinado(a) político(a) mostra) e cobrar. Mas político na rua, no subúrbio, no nosso dia a dia além do período eleitoral? Quase raro, diria.

A questão é que o nosso gosto pela atividade política tem de passar a ser isso: um gosto. E além da democracia representativa. Só votar de 4 em 4 anos e ainda por cima ver o exercício do voto como um fardo é insuficiente. E necessário acompanhar o noticiário, o portal da transparência, se informar mais sobre quem são e o que fazem os 3 poderes…. Superar o desinteresse.

Os próprios membros da classe política se desgarraram do restante da população brasileira. Com seus polpudos salários, ascendem financeiramente. Com seus penduricalhos, se tornam abastados e sobem graus na piramide social financeira Brasileira. Juízes do STF usam de uma linguagem formal e técnica bem incompreensíveis para a maior parte do povo.

E isso é intencional. Gera um efeito de não identificação de quem vê ou ouve. E isso contribuiu para o distanciamento e desprezo á figura do político representativo. Seja ele do legislativo, do executivo ou do judiciário. O Bolsonarismo surfou a onda da anti política pós lava jato e triunfou. Respaldada pelo nosso desinteresse.

Se não quisermos repetir esse erro, podemos fazer a nossa parte. Conhecendo a realidade do seu bairro, sabendo a quem e como cobrar politicamente, fazendo parte de uma associação ou de um grupo que se reúne, assinando petições, filmando e mandando para o seu noticiário televisivo local.

Sendo um cidadão político ativo. Pois vivemos na cidade, a pólis, em que não gostar de política já é um ato político. E ela trás consequências. Um vácuo de poder que pode ser aproveitado pelo primeiro oportunista que se diz outsider de tudo que está aí. Mas não se engane: Se você não fizer algo e ocupar esse lugar, esse alguém não deve agir conforme seus interesses.

Seja Lula ,Bolsonaro ou o próximo concorrente daqui a menos de 4 anos. Seja você o protagonista político do seu dia a dia. Mude a visão, cumpra sua parte e alguma mudança acontecerá.

Chave pix para contribuições: lcesar586@gmail.com

Deixe um comentário

Tendência

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora