Pandemia desnudou a desigualdade para acessar Internet e ter aparelhos de ponta principalmente entre as famílias mais pobres

Por Luis Cesar Pessanha Pereira
Estudante de Jornalismo
A Covid-19 trouxe uma realidade e adaptação inéditas para a sociedade em diversos aspectos. Um deles é a educação. Com escolas e centros universitários fechados para evitar aglomeração e contágio do vírus, instituições privadas e públicas impuseram o regime de aulas online. A única solução para não se perder tempo de estudo se tornou problema para muitos brasileiros.
Principalmente entre estudantes mais pobres. É preciso considerar o grande cenário: Alunos de famílias mais carentes têm menos renda à disposição para pagar um bom plano de internet, e na pandemia, muitas dessas famílias perderam emprego e renda. Logo os que não tem isso, se vira reféns de uma estrutura pública. É verdade que alguns municípios e governos estaduais ofereceram planos de internet e aulas através de plataformas, o que permitiu proceder com o ano letivo.
É uma bola de neve: Quando não se tem renda, não se tem estrutura, dignidade para se adaptar à um novo cenário, se fica para trás. O Brasil não se preparou devidamente para a pandemia e seus desdobramentos, e as consequências foram pioradas num cenário de aumento da desigualdade financeira. Que se transforma também em desigualdade estrutural.
Dados do IBGE de 2018 mostram que mais de 45 milhões de Brasileiros não têm acesso à Internet. 1/4 da população com 10 anos ou mais responde por 25,3% desse total. Uma das principais alegações é a falta de conhecimento para acessar a Internet. Quase 1/5 da população total do Brasil. Números assustadores.
Mesmo com a perspectiva de vacina e retomada das atividades (inclusive nas escolas) o problema permanecerá. Se quisermos que o País adentre um cenário tecnológico que é cada vez mais inevitável, é preciso investimento público, a volta do crescimento econômico, diminuição do desemprego e um aperfeiçoamento da tecnologia para que ela possa chegar à cada vez mais gente. Instrução tecnológica também precisa ser considerada. E muito.
E você aí, caro leitor(a)? Qual é o seu sentimento com a volta das aulas? Serão presenciais? à distância? híbridas? Deixe aqui nos comentários. Agradeço a sua leitura e feedback.